quinta-feira, 6 de março de 2008

Um dos raros lugares em que me sinto realmente confortável é na minha obsessão. Os acessos de loucura, a busca pelo ar, o pânico, a paranóia, o desespero. Sei exatamente como ela começa, como ela segue e, principalmente, como ela termina. Eu escolho o meu drama , eu escolho.
Entenda, uma coisa que sempre me importou (bastante!) foi o desejo do controle do que se segue, saber os passos que irei dar, ter certeza da próxima cena que verei. Como é de se imaginar, essa tal coisa importante também é fruto de enorme frustração. Por viver tentando agarrar com força o futuro e fazê-lo engolir minhas aspirações, acabo forçando situações e negligenciando as pequenas decisões. Essas sim eu posso controlar. Mas eu não sou assim, não busco o prazer imediato, quero o amanhã. Exatamente por isso, não controlo porra nenhuma, nem o antes, nem o agora e, muito menos, o depois. Eu não controlo nada.
De qualquer forma, agarrar-me ao meu raro momento maniqueísta, aquele em que eu mesma me puno, porque se há uma coisa que eu sei fazer, e faço bem, é enxer o meu saco, aquele em que eu fico obcecada, é simplesmente a maior burrice da minha vida. Esse lugarzinho confortável me consome como droga, não estou brincando. E eu, sinceramente, estou começando a ficar cansada de me amolar.

Enfim, como podem ver, estou dando um senhor trabalho ao meu psicoterapeuta...

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